quarta-feira, 15 de outubro de 2008

HISTÓRIA DA FEIRA DA PRAIA GRANDE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO
(Wanderson Ney Lima Rodrigues /Amarilis Cardoso Santos/ Ingrid Pereira de Assis/ Stephanie Laís Silva Félix/ Franklin Douglas Ferreira )
Esta pesquisa buscou resgatar a história do mercado mais antigo do Maranhão, a Feira da Praia Grande. Nos séculos XVIII e XIX, a região da Praia Grande (primeiro bairro de São Luís-MA) tornou-se um pólo mercadológico de nível estadual, nacional e mundial, sendo ponto de carga e descarga dos mais variados produtos. O surgimento do mercado é apresentado dentro desse contexto. O posterior declínio e a recente revitalização do espaço também são abordados. Leva-se em consideração nesse trabalho, a série de transformações que influenciaram na maneira pela qual seus visitantes e feirantes se relacionam uns com os outros. Para compreensão deste fenômeno, trabalhou-se com os conceitos de hibridismo cultural de Peter Bruke e Néstor García Canclini. A feira antes tida como um espaço para a aquisição de produtos de primeira necessidade, contemporaneamente passa a ser encarada como um local de trocas culturais, de apresentações folclóricas e de manifestações religiosas. São essas características que tornam o Mercado da Praia Grande diferente de todos os outros de São Luís do Maranhão.
A Feira da Praia Grande, também denominada Curro, Terreiro, Celeiro Público, Casa da Praça e Casa das Tulhas, concentrou períodos de ápice e declínio, fruto das modificações ocorridas em São Luís ao longo do tempo. Sua abertura oficialmente ocorreu no ano de 1805. Em 1820 foi transformada em órgão público e em 1833 foi extinta via edital público. Em 1855 foi reformada e reaberta. Quase um século depois, em 1948, sofreu uma reforma ampla. Em razão da revitalização do Centro Histórico de São Luís, sua estrutura física foi, mais uma vez, modificada em 1982. Dentro do mercado grupos de capoeira e tambor de crioula se apresentam semanalmente. Um santo conhecido como São João das Laranjeiras ganhou uma capela e um festejo, que é comemorado desde meados os século XX. Logo, percebe-se que o local é tido como um campo agregador de outros campos. O religioso, o folclórico e o comercial se fundem de maneira surpreendentemente harmoniosa nesse espaço.
Através dessas constatações percebeu-se que a Feira da Praia Grande passou por inúmeras modificações estruturais, sociais, culturais, tecnológicas, que propiciaram o surgimento de novas configurações e valores totalmente diferenciados, dos vividos na época áurea do comércio do século XVIII ao momento da sociedade do consumo e do espetáculo do século XXI, cujas trocas simbólicas e culturais se processam numa velocidade impressionante. O mercado continua atraindo diversos visitantes, mas sua utilidade não é restrita ao campo comercial. A feira passou a ser encarada como um local de trocas culturais, um espaço de socialização, que transcende o econômico e se insere no contexto das manifestações folclóricas e religiosas.

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