sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

  • No Brasil, a República Oligárquica, República do “Café-com-Leite”, República Velha (termo considerado pejorativo) ou Primeira República, é o período que vai da proclamação da República, em 1889, até a Revolução de 1930.
    Com a proclamação da República, o Brasil mudou sua forma de governo, mas pouco mudou para o povo: continuaria o poder nas mãos do latifúndio, do café e da corrupção.
    A República Velha ou Primeira República (1889 - 1930) tem início em 15 de novembro de 1889, quando o marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República. Inaugurou-se assim um novo sistema de governo no país e, com o fim da monarquia, foi instalado um governo provisório, com o objetivo de consolidar e institucionalizar o novo regime com a promulgação de uma nova Constituição. Durante o governo provisório todas as instâncias do poder legislativo, do Senado às câmaras municipais, foram extintos.
    Política na Primeira República: funcionava à base da troca de favores
    O poder dos grandes fazendeiros. Com a república o número de eleitores cresceu, mas não alcançou 10% da população. Com o voto aberto, os chefes políticos locais (coronéis) continuam interferindo violentamente nas eleições. Tal sistema de dominação ficou conhecido como coronelismo.
    A economia era essencialmente agrícola (70% da população): Havia nas fazendas grande número de trabalhadores , salários miseráveis. Dependiam dos coronéis que dominavam através de empréstimos, ajuda na educação dos filhos e ajuda nos momentos de doença. Em troca dos “favores”, os coronéis exigiam que os eleitores votassem nos candidatos por ele indicados. Quem se negasse ficava sujeito à violência dos seus jagunços e pistoleiros Como o voto não era secreto, o jagunço controlava o voto de cada eleitor (voto de cabresto). Além disso, ainda tinha as fraudes: falsificação de documentos para que mortos, menores e analfabetos pudessem votar, urnas eram violadas e votos adulterados. Muitas fraudes também eram feitas na apuração dos votos.
    Rede de poder: os coronéis em cada município ou região estabeleciam alianças com outros fazendeiros para eleger o governador do estado. Depois de eleito o governador retribuía o apoio recebido destinando verbas para a construção de obras nos municípios.
    A política estadual também funcionava como troca de favores. Em virtude dessas alianças, o poder político tendia a permanecer nas mãos de um mesmo grupo. No final do mandato, cada governador passava o poder para um parente ou correligionário.
    Política dos governadores: sistema de alianças que consistiam basicamente na troca de favores.
    Campos Sales, político e fazendeiro paulista (segundo presidente civil da república) foi um dos principais responsáveis pelo sistema de alianças entre governadores de estado e o governo federal / O governadores de estado davam seu apoio ao governo federal, ajudando a eleger deputados federais e senadores favoráveis ao presidente que, em retribuição, apoiava os governadores concedendo mais verbas, empregos e favores para seus aliados políticos.
    Reproduzia no plano federal a rede de compromissos e o clientelismo que ligavam coronéis e governadores nos estados.
    Degola: não havia uma justiça eleitoral independente. Havia no Congresso a Comissão de Verificação de Poderes do Congresso, que era responsável pelos resultados eleitorais finais e pela diplomação dos eleitos.Embora órgão do Poder Legislativo, trabalhava a serviço do governo central .O trabalho da Comissão de Verificação de Poderes do Congresso consistia, na realidade, em negação da verdade eleitoral, pois representava a etapa final de um processo de aniquilamento da oposição, chamado de “degola”, executado durante toda a República Velha
    Política do café-com-leite: política de revezamento do poder nacional executada pelos estados de São Paulo - mais poderoso economicamente, principalmente devido à produção de café - e Minas Gerais - maior pólo eleitoral do país na época e produtor de leite.
    Situação econômica: com a proclamação da república não houve alterações substanciais na vida econômica brasileira, que manteve seus traços gerais.
    Economia baseada na produção de matérias-primas e gêneros tropicais destinados à exportação e sujeita às oscilações do mercado internacional. Como os principais produtossofriamaconcorrênciadeoutrospaíses,asexportações acabaram se concentrando em um único produto: o CAFÉ, Destacaram-se ainda açúcar, algodão, borracha e cacau Café - Líder das exportações. Representou quase 50% dos lucros das exportações durante quase todo o período da Primeira República. O Brasil chegou a abastecer 2/3 do mercado mundial de café. Não tinha concorrente de peso. Entusiasmados (lucros e mão-de-obra imigrante) os cafeicultores aumentaram desmedidamente as plantações.
    Resultado: a produção ultrapassou as necessidades de consumo do produto e, no início do século XX, a economia cafeeira começou a enfrentar crises de super-produção. Oferta maior que a procura: os preços caíram e acumulavam-se imensos estoques. Em 1905, esses estoques chegaram 70% do consumo mundial de um ano (11 milhões de sacas de 60kg cada)
    Solução: Convênio de Taubaté - apoiados por parlamentares, fazendeiros realizaram em 1906, em Taubaté. uma reunião com intuito de encontrar soluções paras as crises,O governo compraria o excesso da produção do café, que seriam estocados pelo para ser vendido quando os preços normalizassem. Mesmo contra a vontade, o governo aceitou a proposta.Com a compra do excedente, o preço não caía e os cafeicultores não tinham prejuízos.Os estoques do governo aumentavam e nunca aparecia uma “boa oportunidade” para vendê-los. Para os cafeicultores, que plantavam cada vez mais, o prejuízo era problema do governo, pois seus lucros estavam garantidos. Alguns investiram parte do lucro no setor industrial.
    Açúcar: vendas no mercado interno - Até 1830 era o principal produto brasileiro, perdeu a posição devido à concorrência do açúcar de beterraba produzido na Alemanha, Bélgica e França.
    Além disso, havia o açúcar de cana em Cuba e Porto Rico à tarifas preferenciais nos EUA. Passou a ser vendido no mercado internos Nas décadas seguintes entrou em decadência devido à concorrência do algodão dos EUA (mais próximo da Europa e melhor qualidade à recursos técnicos e disponibilidade de mão-de-obra).
    Algodão: Consumo interno - Entre 1821 e 1830 ocupou o 2º lugar nas importações
    Nas décadas seguintes entrou em decadência devido à concorrência do algodão dos EUA (mais próximo da Europa e recursos técnicos e disponibilidade deàmelhor qualidade mão-de-obra).
    Borracha: fugaz esplendor amazônico - produzido a partir do látex das seringueiras da Amazônia Maior reserva do mundo), tornou-se a partir de 1840 em um produto de crescente procura.
    Esplendor durou apenas 3 décadas: 1891 a 1918.Inglaterra e Holanda investiram no cultivo em suas colônias.Em 1920 a borracha brasileira não tinha mais lugar no mercado internacional - dificuldade de acesso, etc.
    Cacau: crescimento na Primeira República - Cultivado no sul da Bahia, teve destino semelhante ao da borracha no mercado externo.
    Ingleses investiram na produção de cacau na África (Costas do Ouro à Gana).
    Imigração e Industrialização: EUA, Argentina, Canadá e Brasilà países que mais receberam imigrantes na época contemporânea. 1890 a 1930 à chegaram mais de 3,5 milhões de imigrantes Incentivos e anúncios de prosperidade divulgados pelo governo brasileiro. 57% vieram para São Paulo à expansão cafeeira e incentivo do governo paulista no exterior.
    Indústria e movimento operário: Primeira República: Além do café, foi também a época em que a industrialização ganhou impulso à Produtores aplicaram parte de seus lucros na indústria.
    Crescimento industrial: Saiu de 600 fábricas (54 mil operários) para cerca de 13 mil indústrias (275 mil operários) + 233 usinas de açúcar (18 mil operários) + 231 salinas (5 mil operários).
    São Paulo concentrava 31% das indústrias à principal centro
    http://blogs.universia.com.br/metodio/2008/03/09/brasil-republica-velha/

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